Você já ficou “cego de amor”?

cego

Você já ficou “cego de amor”? Penso que um amor capaz de nos deixar cego é aquele que eu faço tudo para o outro, me dou 101% para manter viva essa relação e, quando ela acaba, todos os seus amigos e familiares chegam com aquele velho discurso de “estava na cara que não daria certo”, “óbvio que ele não te amava”, “você suportava coisas que ninguém suportaria”.

O que impede todo mundo de avisar isso antes? Talvez seja porque, provavelmente, você iria argumentar que aquela “pequena” falha de caráter, ou aquela ação violenta, era um ato de amor disfarçado por conta do stress ou da infância difícil do seu companheiro.

Sempre me questiono até que ponto podemos afirmar que estávamos “cegos”, afinal, sempre sabemos que a paixão pode perder o fogo, ou que o amor está longe do que ideal.

Aí acontece o comportamento que eu, particularmente, acho extremamente interessante: muitas pessoas insistem no relacionamento. Por quê? Pode doer um pouco o que vou escrever agora, mas a verdade é que continuamos porque não somos vítimas. Pelo contrário, sempre temos algum ganho com a pior situação que nos acontece. Se não houvesse ganho, com toda certeza não ficaríamos.

Assim, este ficar cego nos convém. É a eterna esperança de que o outro fará o mesmo por mim quando eu precisar. Aqui é possível observar outra questão: isso não é ajudar. É dar esperando recompensa, o que multiplica em 101% (to gostando deste 101% hoje né hahaha) a chance de nos decepcionarmos e, então, reproduzir este discurso de que “quando amo, fico cego”.

Espero que este texto faça sentido para você como fez para mim.

Tem um algum assunto que você gostaria que eu abordasse também? Caso queira pedir um tema, basta escrever aqui em baixo ou me enviar uma mensagem privada!

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Jessica Fayer

Psicóloga, Mestre em Saúde pela Faculdade de Medicina (UFJF) e Especialista em Saúde Mental, Políticas Públicas e Gestão Governamentala

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